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O que é a Psicologia Positiva?

O que é a Psicologia Positiva?

 

A Psicologia Positiva é uma área da psicologia que se foca no estudo das emoções e características positivas do ser humano, como a felicidade, o otimismo, a resiliência e o bem-estar. Ao contrário das abordagens tradicionais, que tendem a concentrar-se nas disfunções e doenças mentais, a Psicologia Positiva busca entender o que faz com que a vida valha a pena e como as pessoas podem prosperar em todas as áreas das suas vidas.

Fundada por Martin Seligman na década de 1990, a Psicologia Positiva apoia-se na ideia de que, além de tratar problemas psicológicos, é essencial ajudar as pessoas a desenvolverem as suas forças e virtudes para viverem de forma mais plena e satisfatória (Seligman, 1999). Este ramo da psicologia oferece uma nova perspectiva sobre como promover o bem-estar emocional e a realização pessoal.

Bases da Psicologia Positiva

A Psicologia Positiva baseia-se em três pilares principais:

  1. Emoções Positivas: Encorajar as pessoas a focarem-se em emoções como alegria, gratidão e esperança ajuda-as a cultivar uma mentalidade mais positiva e resiliente.
  2. Envolvimento: Viver de forma envolvida significa dedicar-se totalmente às actividades e experiências diárias, aproveitando o momento presente. Este conceito, também conhecido como flow, refere-se ao estado de concentração máxima em tarefas que proporcionam prazer e satisfação.

Significado: A Psicologia Positiva incentiva as pessoas a encontrarem sentido na vida, seja através do trabalho, dos relacionamentos ou de objectivos pessoais. Ter um propósito claro contribui para uma vida mais plena e gratificante.

Como intervém a Psicologia Positiva?

A intervenção da Psicologia Positiva visa promover o bem-estar geral e o crescimento pessoal através de estratégias que ajudam as pessoas a desenvolver emoções e comportamentos mais positivos. Algumas das intervenções mais comuns incluem:

  1. Exercícios de Gratidão: A prática de reconhecer e expressar gratidão tem demonstrado aumentar a felicidade e reduzir os níveis de stress e depressão (Emmons & McCullough, 2003). Escrever um diário de gratidão, por exemplo, onde se registam diariamente coisas pelas quais somos gratos, é uma estratégia simples, mas eficaz.
  2. Identificação e Uso de Pontos Fortes: A Psicologia Positiva ajuda as pessoas a descobrirem os seus pontos fortes e a utilizá-los de forma mais intencional no dia-a-dia. Estudos mostram que, quando as pessoas utilizam as suas forças, sentem-se mais realizadas e experimentam maior satisfação na vida (Seligman et al., 2005).
  3. Promoção de Relacionamentos Positivos: Cultivar laços fortes e saudáveis com amigos, familiares e colegas é uma das principais fontes de bem-estar. A qualidade das nossas relações tem um impacto directo na nossa felicidade.
  4. Desenvolvimento de Resiliência: A Psicologia Positiva ensina técnicas para fortalecer a resiliência, que é a capacidade de superar desafios e adversidades. Pessoas resilientes têm maior probabilidade de lidar eficazmente com o stress e manter o equilíbrio emocional em momentos difíceis (Reivich & Shatté, 2002).

Eficácia da Psicologia Positiva

Estudos mostram que a Psicologia Positiva é uma abordagem eficaz para melhorar a saúde mental e o bem-estar. Intervenções baseadas na Psicologia Positiva têm sido amplamente pesquisadas e demonstram resultados positivos no aumento da felicidade, na redução da ansiedade e depressão, e no fortalecimento de relacionamentos saudáveis (Lyubomirsky, 2007).

Uma pesquisa realizada por Seligman et al. (2005) mostrou que a prática regular de intervenções de Psicologia Positiva, como os exercícios de gratidão e a identificação de forças, pode aumentar o bem-estar e diminuir os sintomas depressivos ao longo do tempo.

Conclusão

A Psicologia Positiva oferece uma abordagem inovadora e prática para melhorar a qualidade de vida. Ao focar-se no que há de melhor nas pessoas, em vez de apenas tratar as suas dificuldades, promove o crescimento pessoal, a felicidade e a resiliência. Seja no contexto terapêutico ou no quotidiano, a Psicologia Positiva pode ajudar as pessoas a viverem de forma mais plena e significativa.

Como a Terapia Cognitiva-Comportamental Intervém

A Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz no tratamento da compulsão alimentar, e a sua intervenção dá-se de várias maneiras:

  1. Identificação de Pensamentos Disfuncionais: A TCC ajuda os pacientes a reconhecer e desafiar pensamentos negativos sobre comida, peso e autoimagem que podem contribuir para os episódios de compulsão.
  2. Reestruturação Cognitiva: Este processo envolve ajudar os pacientes a substituir crenças disfuncionais por pensamentos mais realistas e positivos sobre a alimentação e a saúde.
  3. Desenvolvimento de estratégias de coping: Os terapeutas ensinam estratégias para lidar com a ansiedade, stress e outras emoções sem recorrer à alimentação descontrolada.
  4. Planeamento Alimentar: A TCC pode incluir a criação de um plano alimentar que ajuda os pacientes a comer de maneira mais equilibrada, promovendo um padrão de alimentação mais saudável.
  5. Exposição Gradual a Gatilhos: Os pacientes podem ser expostos a situações que desencadeiam episódios de compulsão, aprendendo a lidar com essas situações de maneira mais eficaz.
  6. Educação sobre Nutrição e Saúde: A TCC pode incluir uma componente educacional sobre nutrição, ajudando os pacientes a entenderem a importância de uma alimentação saudável.

Referências

  • Emmons, R.A., & McCullough, M.E. (2003). Counting blessings versus burdens: An experimental investigation of gratitude and subjective well-being in daily life. Journal of Personality and Social Psychology, 84(2), 377-389.
  • Lyubomirsky, S. (2007). The How of Happiness: A New Approach to Getting the Life You Want. Penguin Press.
  • Reivich, K., & Shatté, A. (2002). The Resilience Factor: 7 Keys to Finding Your Inner Strength and Overcoming Life’s Hurdles. Broadway Books.
  • Seligman, M.E.P. (1999). The President’s Address. American Psychologist, 54(8), 537-545.
  • Seligman, M.E.P., Steen, T.A., Park, N., & Peterson, C. (2005). Positive psychology progress: Empirical validation of interventions. American Psychologist, 60(5), 410-421.