ANTÓNIO DELGADO
Psicólogo clínico e da saúde
Quais são os mitos mais comuns sobre saúde mental?
A saúde mental tem sido, ao longo do tempo, cercada de muitos mitos e equívocos. Isso pode dificultar a compreensão do que são as Perturbações mentais e como procurar ajuda. Enquanto psicólogo cognitivo-comportamental, é importante esclarecer estes mitos para ajudar as pessoas a entenderem melhor o que envolve a saúde mental e o impacto que ela tem na nossa vida diária. A seguir, vou desmistificar alguns dos mitos mais comuns.
Mito 1: “Quem tem uma Perturbação mental é ‘Maluco’.”
Realidade: As perturbações mentais não significam que uma pessoa é “maluca” ou incapaz de ter uma vida normal. Na verdade, milhões de pessoas convivem com perturbações mentais e, com o tratamento adequado, conseguem ter uma vida funcional e equilibrada. O que acontece é que as perturbações mentais são condições como qualquer outra doença — por exemplo, diabetes ou hipertensão — que requerem tratamento e compreensão.
Mito 2: “A terapia é só para pessoas com problemas graves.”
Realidade: Muitas pessoas acreditam que só é necessário procurar um psicólogo ou psicoterapeuta em situações extremas, como no caso de ataques de pânico ou depressão profunda. No entanto, a terapia é útil para qualquer pessoa que esteja a enfrentar dificuldades emocionais, mesmo que essas dificuldades não sejam “graves”. Pode ser útil para lidar com o stress do quotidiano, melhorar a autoestima ou aprender a enfrentar desafios de maneira mais eficaz.
Mito 3: “As perturbações mentais não têm causa física, são apenas fraqueza emocional.”
Realidade: As perturbações mentais podem ter várias causas, incluindo fatores genéticos, desequilíbrios químicos no cérebro, experiências traumáticas ou stress crónico. A ideia de que essas perturbações são causadas por “fraqueza” é completamente equivocada. Pessoas que sofrem de perturbações mentais não têm controlo total sobre os fatores biológicos e psicológicos que influenciam suas condições.
Mito 4: “Tomar medicamentos para a saúde mental significa que a pessoa será dependente deles para sempre.”
Realidade: Embora os medicamentos possam ser uma parte importante do tratamento para muitas pertubações mentais, a ideia de que os pacientes serão dependentes deles para sempre é incorreta. Os medicamentos ajudam a controlar os sintomas, mas, com o tempo e com a ajuda de terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), muitas pessoas conseguem reduzir ou até interromper o uso de medicação, sempre com a supervisão de um profissional de saúde.
Mito 5: “A terapia leva anos para ter efeito.”
Realidade: A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica eficaz e orientada para resultados relativamente rápidos. Muitos pacientes começam a sentir melhorias significativas após poucas sessões, especialmente quando se dedicam ao processo e aplicam as estratégias aprendidas durante a terapia. O tempo de tratamento pode variar dependendo da pessoa e da natureza dos seus desafios, mas a ideia de que a terapia leva anos é um mito.
Mito 6: “Saúde mental é apenas sobre ‘ficar bem’.”
Realidade: A saúde mental não se resume apenas a “ficar bem”. Ter uma boa saúde mental é ter uma mente equilibrada, capaz de lidar com os desafios da vida de maneira saudável. Isso inclui a capacidade de gerir o stress, lidar com emoções difíceis, tomar decisões racionais e manter relacionamentos saudáveis. A saúde mental envolve autoconhecimento e competências emocionais que permitem às pessoas lidar com a vida forma plena e produtiva.
Mito 7: “Eu posso lidar com isso sozinho, não preciso de ajuda.”
Realidade: Pedir ajuda para lidar com questões de saúde mental não significa fraqueza. Muitas pessoas hesitam em procurar um profissional de saúde mental por achar que podem lidar com seus problemas sozinhas, mas isso pode piorar as coisas. Procurar apoio profissional, como a terapia, é uma forma de cuidar de si mesmo. A Terapia Cognitivo-Comportamental, por exemplo, oferece estratégias práticas para ajudar as pessoas a superar dificuldades emocionais e melhorar a qualidade de vida.
Conclusão
É importante desmistificar a saúde mental para que as pessoas se sintam mais à vontade para procurar ajuda quando necessário. A saúde mental não é algo a ser temido, mas sim algo a ser tratado com a mesma seriedade que qualquer outra condição de saúde. Se sentir que precisa de apoio ou orientação, procurar ajuda de um psicólogo especializado pode ser o primeiro passo para melhorar seu bem-estar emocional e mental.
Lembre-se, não há nada de errado em pedir ajuda. Cuidar da sua saúde mental é fundamental para uma vida equilibrada e saudável. Se estiver interessado, estou disponível para consultas presenciais ou online, onde utilizo abordagens baseadas em evidências, como a Terapia Cognitivo-Comportamental, para o ajudar a viver uma vida mais plena e satisfatória.